segunda-feira, agosto 22, 2005

A boa "pesada herança" dos governos PSD/CDS

O presidente do CDS-PP, Ribeiro e Castro, afirmou hoje que o aumento da cobrança de dívidas fiscais é uma herança do governo PSD/CDS-PP, e que o actual executivo utilizou o assunto por "falta de resultados para apresentar".
"É lamentável que, quando chega de férias, a única coisa que o primeiro-ministro tem a apresentar seja o resultado de medidas do governo PSD/CDS-PP", afirmou à agência Lusa à margem da reunião de hoje do Conselho Económico e Social do partido.
Ribeiro e Castro referia-se ao anúncio, feito na sexta-feira pelo primeiro-ministro, José Sócrates, de que o Estado deverá recuperar até ao final do ano 1.300 milhões de euros de dívidas ao fisco, mais três por cento do que no ano passado.
Até Julho foram recuperados 700 milhões de euros em dívidas, uma média de 100 milhões de euros por mês, adiantou o chefe de Governo, que considerou estes resultados "extraordinários".
Para o líder do CDS-PP, o avanço no combate à fraude e evasão fiscal "é um legado dos governos anteriores" e "só por descaramento o primeiro-ministro pode reclamá-lo como um êxito seu".
Os resultados anunciados por Sócrates "eram previsíveis, fruto de um trabalho que já tinha sido desenvolvido, uma boa herança deixada pelos ministros das Finanças Manuela Ferreira Leite e Bagão Félix", adiantou.
Já no "Relatório Constâncio", argumentou, era chamada a atenção para a evolução positiva da cobrança de dívidas fiscais, e a comissão constituída para apurar o real valor do défice público previa que essa tendência "iria continuar".
Segundo Ribeiro e Castro, este foi um dos argumentos usados pelo CDS-PP contra o aumento de impostos, e em defesa do reforço de medidas de combate à fuga ao fisco, rejeitado então pelo Governo que optou por uma subida das taxas, que "tem sido má para a economia".
A reunião de hoje do Conselho Económico e Social do CDS-PP tem como objectivo iniciar a discussão e preparação de propostas a apresentar pelo partido, afirmou o líder democrata-cristão.
Entre as novas adesões ao conselho, que conta com 60 membros, estão a independente Margarida Neto, o advogado e ex-secretário de Estado Paulo Lowndes Marques, Luís Bulhão Martins, da Confederação de Agricultura, Miguel Morais Leitão, ex-secretário de Estado, e Manuel Queiró.