domingo, agosto 14, 2005

Manifesto

Há um conjunto vasto de razões para que eu me volte a candidatar à Câmara Municipal de Évora.
A primeira prende-se naturalmente com o facto de o CDS acreditar que tenho condições para o fazer; e a segunda reside no facto de eu entender este exercício como um serviço e acaba por influenciar a primeira.
Mas há outras, mais objectivas e mais pragmáticas, que são do âmbito do que não se fez e devia ter sido feito.
Évora é uma cidade cheia de problemas por resolver.
Tem uma circulação mais ou menos caótica, sem soluções aparentes para um centro nevrálgico que não pode ter carros; nós temos essas soluções.
Tem um comércio (tradicional ou menos tradicional) que não é suficientemente competitivo, mas não pode ser engolido por um qualquer fórum que não é a resposta correcta, é apenas a mais fácil para a Câmara; nós temos alternativas.
A cidade não tem oferta cultural, quer para a sua própria população, quer para um turismo que me parece, apesar dos números, relativamente fictício; nós temos solução para ambos os problemas.
A Câmara não sabe, ou não tem coragem política, para resolver o impasse do Rossio, ou para criar um parque de exposições; nós sabemos como se faz e não negociamos eleições ou lugares; e não alinhamos na aventura de uma deslocalização gratuita, cujas consequências não foram avaliadas; não hipotecamos o centro histórico a interesses económicos pouco claros, venham de onde vierem; nós temos melhores soluções.
Évora tem uma oferta de habitação a preços proibitivos e a Câmara Municipal permite-se aprovar verdadeiros “atentados” a um património que já nem ela própria respeita; nós sabemos fazer melhor.
Não gostamos de gastar, para entrar em Évora, o mesmo tempo que custa vir de Lisboa até ao fim da A6, ainda por cima para encontrarmos o “desordenamento” e a falta de qualquer preocupação estética com o que deveria ser a entrada nobre da cidade.
Também não queremos mais do mesmo; ou uma cidade “pobre” para uma população que o poder não deixa chegar ao patamar da reflexão e da crítica.
Não queremos ainda muitas outras coisas…
Queremos uma Câmara eficaz, próxima das pessoas e dos seus problemas, com coragem para decidir e com a noção de que não podemos perder mais tempo.
Queremos uma Câmara com menos poderes e mais parcerias, capaz de dividir fracassos e vitórias e suficientemente competente para colocar a cidade no caminho do desenvolvimento.
Queremos a erradicação definitiva de uma pobreza que só tem servido para alimentar pequenos poderes e queremos uma atitude descomplexada no apoio à produção de riqueza.
Queremos uma Câmara que pare de nos impingir bodes expiatórios e de nos bombardear com realizações que só brilham nos cartazes.
Sabemos como se muda tudo isto e muito mais e queremos fazê-lo, com a participação de todos os que acreditarem no nosso projecto.

MARIANA TORRES CASCAIS